EMISSÕES GLOBAIS DE CO2 RELACIONADAS À PRODUÇÃO DE ENERGIA ATINGIRAM NOVO RECORDE EM 2023

  Usinas termelétricas usadas para produção de energia elétrica

Emissões globais de CO2 relacionadas à produção de energia atingiram novo recorde em 2023

Agência Internacional de Energia afirma, no entanto, que crescimento da poluição teria sido três vezes superior se não fosse a implantação de energias limpas

 

Por AFP — Rio de Janeiro

01/03/2024 03h25  Atualizado há 5 dias


As emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à produção de energia aumentaram 1,1% em 2023, atingindo um novo recorde, especialmente devido à queda na produção hidreléctrica devido à seca, informou a Agência Internacional de Energia (AIE), nesta sexta-feira.


As emissões, que representam cerca de 90% das causadas pelo homem, aumentaram 410 milhões de toneladas e atingiram 37,4 bilhões no ano anterior, segundo a organização sediada em Paris.

No entanto, o aumento desacelerou em relação a 2022, quando as emissões de CO2 cresceram 490 milhões de toneladas.


O balanço de 2023 foi marcado por um declínio recorde na produção hidreléctrica global ligado a secas severas e prolongadas que afetaram muitas regiões do mundo.

Países como China, Canadá e México tiveram de recorrer a meios poluentes de produção de electricidade, como combustível ou carvão, o que se traduziu num aumento de 170 milhões de toneladas de CO2.

Além disso, a China, que aumentou as suas emissões em 565 milhões de toneladas, continuou a utilizar energia poluente para manter seu crescimento, após a crise da covid-19.

Em contrapartida, a maioria das economias avançadas alcançou uma queda recorde nas emissões, e o nível mais baixo de utilização de carvão desde o início do século XX, sem que isso tenha impacto no desenvolvimento de seus PIB.

Energias limpas

Os números de 2023 não vão na direção certa para cumprir as metas de emissões de gases do efeito estufa, que deveriam permitir respeitar o limite de aquecimento global de 1,5ºC previsto no Acordo de Paris.

De acordo com especialistas da ONU, as emissões deverão atingir o pico antes de 2025 e cair 43% em comparação com 2019 entre agora e 2030.

Mas a AIE também destacou a importante contribuição da energia limpa.

“A transição para a energia limpa continua rapidamente e reduz as emissões, mesmo com a procura global de energia que cresceu mais em 2023 do que em 2022”, disse o CEO, Fatih Birol.

Embora o aumento das emissões relacionadas com a energia entre 2019 e 2023 tenha sido de 900 milhões de toneladas, o número teria sido três vezes superior sem a implantação de cinco tecnologias principais: energia solar, eólica e nuclear, bombas de calor e veículos eléctricos.

A agência também publicou na sexta-feira um relatório especificamente dedicado ao mercado de energia limpa, que observa um forte aumento na energia solar e eólica.

Mas esta implantação está “muito concentrada nas economias avançadas e na China”, com o resto do mundo ficando para trás.

“Precisamos de esforços muito maiores para permitir que as economias emergentes e em desenvolvimento aumentem os seus investimentos em energia limpa”, disse Birol.


Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2024/03/01/emissoes-globais-de-co2-relacionadas-a-producao-de-energia-atingiram-novo-recorde-em-2023.ghtml

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