Índios tocando a flauta uruá
no pátio da aldeia camaiurá,
no Parque Indígena do Xingu
O Parque Indígena do Xingu (antigo Parque Nacional Indígena do Xingu) foi criado em 1961 pelo então presidente brasileiro Jânio Quadros, tendo sido a primeira terra indígena homologada pelo governo federal. Seus principais idealizadores foram os irmãos Villas Bôas, mas quem redigiu o projeto foi o antropólogo e então funcionário do Serviço de Proteção ao Índio, Darcy Ribeiro.
A área do parque, que conta com mais de 27 000 quilômetros quadrados (aproximadamente 2 800 000 hectares, incluindo as terras indígenas Batovi e Wawi), está situado ao norte do estado de Mato Grosso, numa zona de transição florística entre o Planalto Central e a Floresta Amazônica. A região, toda ela plana, onde predominam as matas altas entremeadas de cerrados e campos, é cortada pelos formadores do Rio Xingu e pelos seus primeiros afluentes da direita e da esquerda. Os cursos formadores são os rios Kuluene, Tanguro, Kurisevo e Ronuro - o Kuluene assume o nome de Xingu a partir da desembocadura do Ronuro, no local conhecido pelos indígenas como Mÿrená (Morená). Os afluentes são os rios Suiá Miçu, Maritsauá Miçu, Auaiá Miçu, Uaiá Miçu e o Jarina, próximo da cachoeira de Von Martius.
Localização do Parque Indígena
do Xingu no Brasil
Atualmente, vivem, na área do Xingu, aproximadamente, 5 500 índios de quatorze etnias diferentes pertencentes aos quatro grandes troncos linguísticos indígenas do Brasil: caribe, aruaque, tupi e macro-jê. Centros de estudo, inclusive a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, consideram essa área como sendo o mais belo mosaico linguístico puro do país. As tribos que vivem na região são: cuicuros, calapalos, nauquás, matipus, icpengues (todos de tronco linguístico caribe), meinacos, uaurás, iaualapitis (tronco linguístico aruaque), auetis, camaiurás, jurunas, caiabis (tronco linguístico tupi), trumais (língua isolada), suiás (tronco linguístico macro-jê); já tendo ainda morado na área do parque os panarás (kreen-akarore), os menbengokrês (caiapós) e tapaiunas (beiço-de-pau). Criado o Parque Nacional do Xingu, posteriormente denominado Parque Indígena do Xingu, em 1961, Orlando Villas-Bôas foi nomeado seu administrador-geral. No exercício dessa função, pôde melhorar a assistência aos índios, garantir a preservação da fauna e da flora da região e reaparelhar os postos de assistência. Ainda como administrador do parque, Orlando Villas-Bôas favoreceu a realização de estudos de etnologia, etnografia e linguística a pesquisadores não apenas nacionais como de universidades estrangeiras. Autorizando, ainda, a filmagem documentária da vida dos índios, deu margem a um valioso acervo audiovisual. A épica empreitada dos irmãos Villas-Bôas é um dos mais importantes e polêmicos episódios da antropologia brasileira e da história indígena. A concepção do Parque Indígena do Xingu, os custos para sua implementação e suas drásticas consequências, o constante ataque de madeireiros e latifundiários e as políticas indigenistas do estado brasileiro são temas importantes para a reflexão sobre o significado de toda esta experiência.
O Parque Indígena do Xingu é considerado a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo. Criado em 1961, durante o governo de Jânio Quadros, foi resultado de vários anos de trabalho e luta política, envolvendo os irmãos Villas-Bôas, ao lado de personalidades como o Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, Noel Nutels, Café Filho e muitos outros.
Em mais de meio século de existência, o Xingu passou por diversas mudanças que coincidem com a história da questão indígena nas últimas décadas. No início, a filosofia aplicada pelos Villas-Bôas visava a proteger o índio do contato com a cultura dos grandes centros urbanos. Na época, por exemplo, não era permitido nem usar chinelos ou andar de bicicleta, para que nada mudasse no cotidiano da comunidade.
A criação do parque foi uma das consequências da Expedição Roncador-Xingu e da chamada "Marcha para o Oeste", movimento planejado sob o governo de Getúlio Vargas para conquistar e desbravar o coração do Brasil. Iniciada em 1943, o desbravamento adentrou a região central do Brasil, desvendou o sul da Amazônia e travou contato com diversas etnias indígenas ainda desconhecidas.
A liderança dos irmãos Villas-Bôas transformou o caráter militarista da Marcha para o Oeste. Baseada na filosofia do Marechal Rondon de "morrer se preciso for, matar nunca", o que seria meramente uma missão potencialmente violenta, tornou-se uma expedição de contato, pacificação e respeito para com os diversos povos indígenas da região centro-oeste brasileira. Um trabalho reconhecido em todo mundo como um dos mais importantes para a preservação da diversidade humana.
Aldeia camaiurá no Parque
Indígena do Xingu
Ligações externas
- Entrevista com Orlando Villas Boas sobre a história do Parque Indígena do Xingu
- Cotidiano na aldeia: galeria de fotos ilustrando o dia-a-dia de uma aldeia xinguana
- Mapas do Xingu:
- Franchetto, Bruna (organizadora). 2011. Alto Xingu: uma sociedade multilíngue. [Coletânea de artigos sobre linguística, antropologia e arqueologia do Alto Xingu.] Rio de Janeiro: Museu do Índio/Funai.
O Parque Indígena do Xingu engloba, em sua porção sul, a área cultural conhecida como alto Xingu, formada pelos povos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Trumai, Wauja e Yawalapiti . A despeito de sua variedade linguística, esses povos caracterizam-se por uma grande similaridade no seu modo de vida e visão de mundo. Estão ainda articulados em uma rede de trocas especializadas, casamentos e rituais inter-aldeões. Entretanto, cada um desses grupos faz questão de cultivar sua identidade étnica e, se o intercâmbio cerimonial e econômico celebra a sociedade alto-xinguana, promove também a celebração de suas diferenças.
Os povos Ikpeng, Kaiabi, Kĩsêdjê, Tapayuna e Yudja não fazem parte do complexo cultural alto-xinguano e são bastante heterogêneos culturalmente. Foram integrados aos limites da área demarcada por razões de ordem administrativa, em alguns casos implicando o deslocamento de suas aldeias.
As 16 etnias que habitam o Parque: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kĩsêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti.
Línguas: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco Tupí); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); Kĩsêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê); Trumai (língua isolada).
Há, contudo, casamentos frequentes entre esses grupos, que acarretam uma maior articulação entre eles.Línguas: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco Tupí); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); Kĩsêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê); Trumai (língua isolada).
Um movimento recente vem ainda fazendo convergir todos os povos do Parque em nome de interesses comuns. As organizações indígenas (sobretudo a Associação Terra Indígena do Xingu) têm se estabelecido como um importante meio de interlocução com a sociedade nacional e fomento de projetos de educação, alternativas econômicas e proteção do território.
Este verbete constitui uma introdução geral ao Parque e ao alto Xingu, complementando o conjunto de textos que tratam de cada povo especificamente.
Fonte:http://pib.socioambiental.org/pt/povo/xingu
O Parque Indígena do Xingu é considerada a maior e uma das mais famosas reservas do gênero no mundo. Criado em 1961, durante o governo de Jânio Quadros, foi resultado de vários anos de trabalho e luta política, envolvendo os irmãos Villas Bôas, ao lado de personalidades como Marechal Rondon, Darcy Ribeiro, Noel Nutels, Café Filho e muitos outros.
Localizado ao norte do Mato Grosso, numa área com cerca de 30 mil quilômetros quadrados, seu território abriga mais de uma dezena de etnias, entre elas: Waurá, Kayabi, Ikpeng, Yudja, Trumai, Suiá, Matipu, Nahukwa, Kamaiurás, Yawalapitis, Mehinakos, Kalapalos, Aweti, Kuikuro.
Ameaças
Em mais de meio século de existência, o Xingu passou por diversas mudanças que coincidem com a história da questão indígena nas últimas décadas. No início, a filosofia aplicada pelos Villas Bôas visava proteger o índio do contato com a cultura dos grandes centros urbanos. Na época, por exemplo, não era permitido nem usar chinelos ou andar de bicicleta, para que nada mudasse no cotidiano tribal.
Desde o fim da década de 1970, esta situação começou a mudar. Apesar de pescadores, garimpeiros e fazendeiros sempre terem invadido a área do Parque, foi nesta ápoca que as primeiras invasões predatórias regulares ao território do Xingu começaram a acontecer.
Segundo o Instituto Socio-Ambiental: “ao final dos anos 90, as queimadas em fazendas pecuárias localizadas a nordeste do Parque ameaçavam atingi-lo e o avanço das madeireiras instaladas a oeste começou a chegar perto dos limites físicos definidos pela demarcação”.
Como de desenvolvimento da agropecuária em torno do Parque trouxe outro perigo: a poluição das nascentes dos rios que abastecem as comunidades locais. Como afirma o ISA, “fortaleceu-se entre os moradores da região a percepção de que está a caminho um incômodo ‘abraço’: o Parque vem sendo cercado pelo processo de ocupação de seu entorno e já se evidencia como uma ‘ilha’ de florestas em meio ao pasto e a monocultura”.
Atualmente, no entanto, a maior ameaça ao estilo de vida, cultura e sobrevivência das comunidades xinguanas são os grandes projetos de infra-estrutura, em especial as obras da usina de Belo Monte.
Sobre o Parque Indígena do Xingu:
16 etnias habitam o parque: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kĩsêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja, Yawalapiti.
Línguas: Kamaiurá e Kaiabi (família Tupi-Guarani, tronco Tupí); Yudja (família Juruna, tronco Tupí); Aweti (família Aweti, tronco Tupi); Mehinako, Wauja e Yawalapiti (família Aruák); Kalapalo, Ikpeng, Kuikuro, Matipu, Nahukwá e Naruvotu (família Karíb); Kĩsêdjê e Tapayuna (família Jê, tronco Macro-Jê); Trumai (língua isolada).
Área - 2.642.003 hectares, englobando os municípios de Canarana, Paranatinga, São Félix do Araguaia, São José do Xingu, Gaúcha do Norte, Feliz Natal, Querência, União do Sul, Nova Ubiratã e Marcelândia (todos em Mato Grosso).
Principais rios: Von den Stein, Jatobá, Ronuro, Batovi, Kurisevo e Kuluene. Este último, junto com Batovi-Ronuro, são os principais formadores do rio Xingu.
Datas: A demarcação administrativa do Parque foi homologada em 1961.
Fonte:http://www.brasiloeste.com.br/especiais/parque-indigena-do-xingu/
Parque Indígena do Xingu é referência de diversidade ambiental e cultural
O mapa mostra a área original do Parque do Xingu (rosa e laranja) e a área atual (listras verdes)
(Foto: Divulgação)
criação do Parque Nacional do Xingu, hoje Parque Indígena do Xingu, em 1961, marca um momento importante da história do Brasil, que a Rede Globo em parceria com a O2 Filmes vai apresentar na microssérie Xingu, a partir de 25 de dezembro. Com direção de núcleo de Guel Arraes e direção de Cao Hamburguer, a trama mostra a aventura dos irmãos Claudio, Orlando e Leonardo Villas Bôas responsáveis pela criação do parque. No elenco, João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat. A atriz Maria Flor também está no elenco, interpretando Marina Villas Bôas.
Atualmente, o Parque Indígena do Xingu (PIX), no Mato Grosso, é uma forte referência de diversidade ambiental e cultural para o país. Encravado em uma zona de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica, os dois maiores biomas brasileiros, o parque carrega em sua história uma discussão sobre a extensão dos seus limites, que durou quase dez anos.
Suas fronteiras foram definidas originalmente pelos indigenistas Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas, além de Darcy Ribeiro e Noel Nutels, dentre outros. O primeiro anteprojeto de Lei que criava o Parque do Xingu foi redigido com uma área de 205.750 quilômetros quadrados entre os estados do Mato Grosso e Pará – área maior que a Bélgica, por exemplo, cuja superfície total de 30.528 quilômetros quadrados.
André Villas Bôas em evento sobre o Parque do
Xingu (Foto: Divulgação/Claudio Tavares/ISA)
No entanto, quando finalmente foi criado, o parque estava limitado a 26.420 quilômetros quadrados. “As primeiras propostas eram de uma área muito maior, tentavam marcar a área nos limites já conhecidos na época”, explica André Villas Bôas, filho do Orlando e coordenador do Programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA). “Mas a perspectiva política e jurídica da época era de que os índios iam se miscigenar, de que iam se misturar neste pirão étnico que é o povo brasileiro. Então não se via necessidade de separá-los. O Parque do Xingu veio para quebrar esse paradigma.”Xingu (Foto: Divulgação/Claudio Tavares/ISA)
Outra particularidade é que o Parque do Xingu foi criado como um híbrido: uma área de proteção para as populações indígenas, mas também para o ecossistema. “O Parque do Xingu, inicialmente, pegou emprestada a estrutura dos parques nacionais. Deixou de ser parque nacional para ser parque indígena justamente para evitar a confusão com as unidades de conservação”, ressalta Villas Bôas.
Conheça um pouco mais sobre o Parque Indígena do Xingu:
Clima: estação chuvosa de novembro a abril e período de seca nos meses restantes;
Principais rios: Batovi, Jatobá, Kuluene, Kurisevo ,Ronuro, Von den Stein e Xingu;
Etnias indígenas: Aweti, Ikpeng, Kaiabi, Kalapalo, Kamaiurá, Kísêdjê, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Wauja, Tapayuna, Trumai, Yudja e Yawalapiti;
Atividades econômicas: caça, coleta de recursos naturais, lavoura de subsistência e pesca.
Para mais informações, baixe o Almanaque Parque do Xingu 50 Anos, elaborado e lançado pelo Instituto Socioambiental (ISA) em 2011 para comemorar o aniversário do parque
Infográfico mostra curiosidades reais sobre a expedição retratada em microssérie Tv globo
Fonte:http://redeglobo.globo.com/globoecologia/noticia/2012/12/e
Demarcação do Parque Indígena do Xingu em MT completa 50 anos
Parque abriga 5,5 mil habitantes, remanescentes de 16 etnias.
Índios conservam hábitos e costumes de gerações em gerações.
Um parque repleto de misticidade e onde os costumes e as tradições são passados de pais para filhos . Assim é a maior reserva indígena do Brasil, o Parque Nacional do Xingu, localizado em Mato Grosso e que abriga cerca de 5,5 mil habitantes, remanescentes de 16 etnias que conservam seus rituais mesmo diante da interferência do homem. Os hábitos, histórias e depoimentos de um povo que tem na natureza o suporte para sobreviver são o cenário de uma série de reportagens que começaram a ser exibidas esta semana pela TV Centro América em Mato Grosso.
Há 50 anos as terras do território foram delimitadas para criação do parque. Quem conhece o Parque Nacional, que tem mais de dois milhões e meio de hectares, logo se encanta com a beleza e exuberância.
O cacique Kotoc Kamayurá, da tribo dos Kamayurás, diz que é preciso viver em sintonia com o meio ambiente, pois é dele que se subtrai tudo aquilo necessário para a vida no Parque. "A terra indígena é o nosso pulmão. Por isso a nossa briga para não desmatar mais", lembrou.
A vida de quem mora no Xingu começa logo cedo. Afinal, garantir alimento para toda a comunidade não se mostra tarefa fácil. No rio, pescadores saem ainda na madrugada em busca do peixe que no dia matará a fome de cenenas de indígenas. Enquanto isso, mulheres dedicam-se ao preparo do beiju, um alimento feito a partir da farinha de mandioca.
"A gente sai às 5h da manhã para pescar do outro lado [do rio]. Tem tucunaré, pintado. Volta carregado", pontuou o pescador Takumã Kamayurá. O pescado, ao lado do beiju, são alimentos considerados essenciais pelos indígenas.
As mulheres, encarregadas de preparar o alimento para o restante da tribo, mostram que mais que entender do preparo, é preciso ter mãos habilidosas para conduzir o ritual. Ao redor da fogueira, filhas, mães e avós unem-se em um ritual que é transmitido de geração em geração.
A índia mais velha entoa cantos como numa prece aos espíritos. A reza é para que o alimento seja abençoado. "A mulher prepara o beiju e traz para os homens. Faz parte dos costumes", lembrou o cacique Aritana Yawialappiti, da tribo dos Yawialappitis.
Além do beiju, a mandioca também dá o sabor para uma bebida consumida no parque. É o kaui, que para os indígenas serve como fonte de energia para lidar com a rotina diária.
Fone:http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2011/08/
Há 50 anos as terras do território foram delimitadas para criação do parque. Quem conhece o Parque Nacional, que tem mais de dois milhões e meio de hectares, logo se encanta com a beleza e exuberância.
O cacique Kotoc Kamayurá, da tribo dos Kamayurás, diz que é preciso viver em sintonia com o meio ambiente, pois é dele que se subtrai tudo aquilo necessário para a vida no Parque. "A terra indígena é o nosso pulmão. Por isso a nossa briga para não desmatar mais", lembrou.
A vida de quem mora no Xingu começa logo cedo. Afinal, garantir alimento para toda a comunidade não se mostra tarefa fácil. No rio, pescadores saem ainda na madrugada em busca do peixe que no dia matará a fome de cenenas de indígenas. Enquanto isso, mulheres dedicam-se ao preparo do beiju, um alimento feito a partir da farinha de mandioca.
"A gente sai às 5h da manhã para pescar do outro lado [do rio]. Tem tucunaré, pintado. Volta carregado", pontuou o pescador Takumã Kamayurá. O pescado, ao lado do beiju, são alimentos considerados essenciais pelos indígenas.
As mulheres, encarregadas de preparar o alimento para o restante da tribo, mostram que mais que entender do preparo, é preciso ter mãos habilidosas para conduzir o ritual. Ao redor da fogueira, filhas, mães e avós unem-se em um ritual que é transmitido de geração em geração.
A índia mais velha entoa cantos como numa prece aos espíritos. A reza é para que o alimento seja abençoado. "A mulher prepara o beiju e traz para os homens. Faz parte dos costumes", lembrou o cacique Aritana Yawialappiti, da tribo dos Yawialappitis.
Além do beiju, a mandioca também dá o sabor para uma bebida consumida no parque. É o kaui, que para os indígenas serve como fonte de energia para lidar com a rotina diária.
Fone:http://g1.globo.com/mato-grosso/noticia/2011/08/
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