'ÁRVORE DE ALGAS' ABSORVE CO2 COM MAIS EFICIÊNCIA E COMBATE AQUECIMENTO GLOBAL

  • Urban Algae Canopy, desenvolvido pelo ecoLogicStudio, em exposição na Expo Milão 2015
    Urban Algae Canopy, desenvolvido pelo ecoLogicStudio, em exposição na Expo Milão 2015

'Árvore de algas' absorve CO2 com mais eficiência e combate aquecimento

Do UOL, em São Paulo

Faz calor, e você acha um banco em uma praça para descansar. O sol vai ficando a pino, mas a sombra da árvore de plástico ao lado do banco fica maior. Para deixar o ambiente ainda mais agradável, você faz alguns ajustes na árvore através de um aplicativo no seu celular. Essa não é uma árvore qualquer. Também não é mera ficção científica. "Espécies" como a descrita, que misturam algas fotossintetizantes com plástico e tecnologia digital, já são uma aposta para um futuro mais fresco.
O escritório de arquitetura ecoLogicStudio, fundado em Londres pelos arquitetos Marco Poletto e Claudia Pasquero, apresentou na Expo Milão 2015 alguns modelos de estruturas que capturam CO2 da atmosfera, liberam oxigênio e podem servir como fonte de energia e alimento. Um dos modelos presentes na exposição agrícola internacional deste ano foi inaugurado há alguns dias em uma praça da cidade de Braga, em Portugal -- e já está gerando sombra tecnológica para quem quiser fugir do sol fustigante.
Um dos modelos desenvolvidos, a Urban Algae Folly, é descrito pelos arquitetos do ecoLogicStudio como "um exemplo de arquitetura biodigital interativa integrada por culturas de microalgas". As microalgas ficam em folhas de plástico extremamente resistente ao calor e à fissura. Trata-se do polímero ETFE, o mesmo utilizado na fachada em forma de bolhas do Centro Aquático de Pequim, construído para as olimpíadas de 2008.
A microalga cultivada nas bolsas de plástico é a spirulina, uma cianobactéria rica em proteínas, vitaminas, lipídios e ácidos graxos -- muito apreciada, principalmente por vegetarianos, por seu valor nutritivo. Ela absorve CO2 de forma dez vezes mais eficiente que grandes árvores, podendo produzir 2kg de oxigênio por dia --- o equivalente à produção de 25 árvores de grande porte.
A spirulina depende tanto de sol que cresce de forma mais acelerada quanto maior a intensidade na incidência solar. Assim, em dias quentes de verão, as microalgas se espalham nas bolsas de plástico, aumentando o sombreamento produzido. O toque final na sensação de frescor de quem busca refúgio num banquinho sob elas é dado pela própria pessoa, que realiza a regulação digital da oxigenação das algas, da insolação e do crescimento.
Segundo o ecoLogicStudio, "a translucidez, a cor, a reflectividade, o som e a produtividade da Urban Algae Folly são o resultado da relação simbiótica entre o clima, as microalgas, as pessoas e o sistema de controle digital".
Outro modelo desenvolvido pelos arquitetos londrinos, fruto de seis anos de pesquisas, é a Urban Algae Canopy, desenvolvido para servir como cobertura da fachada de prédios. A estrutura é capaz de controlar o fluxo de energia, água e CO2 que alimenta as microalgas com base nas variações do clima e no movimento das pessoas ao seu redor. O processo de fotossíntese das algas gera biomassa como resíduo, que pode servir como fonte de energia, segundo os responsáveis pela criação.
"Já é hora de superar a separação entre tecnologia e natureza, algo típico da era mecânica" diz a bióloga e arquiteta Claudia Pasquero, do ecoLogicStudio. "Neste protótipo as fronteiras entre o material utilizado, a tecnologia e as dimensões espaciais foram cuidadosamente articuladas para alcançar a eficiência, capacidade de resistência e beleza", completa, em entrevista ao site inhabitat.
Os benefícios da tecnologia são diversos. Além de solucionarem problemas das ilhas de calor associados à grandes cidades e sequestrarem carbono da atmosfera, colaborando para mitigar efeitos do aquecimento global, podem ser de fato comestíveis, como uma boa e velha árvore frutífera. 

"Arquitetura viva" usa microalgas para sequestrar carbono da atmosfera

24.nov.2015 - Desenho do modelo de arquitetura viva Urban Algae Folly, desenvolvido pelo escritório de arquitetura ecoLogicStudio, sediado em Londres. A cobertura possui microalgas que sequestram CO2 e liberam oxigênio ecoLogicStudio/Reprodução

Fonte:http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2015/11/25/arvore-de-algas-absorve-dez-vezes-mais-co2-e-ajuda-a-combater-aquecimento.htm

  • Urban Algae Canopy, desenvolvido pelo ecoLogicStudio, em exposição na Expo Milão 2015

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