SERRA DE GANDARELA : UM BELO SANTUÁRIO NATURAL DE MATA ATLÂNTICA EM MINAS GERAIS


A Serra do Gandarela é um santuário natural, localizado a cerca de 40km  de Belo Horizonte; parte do parque estará dentro da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Situa-se entre a Serra do Caraça e a Serra da Piedade, e abrange os municípios de Barão de Cocais, Caeté, Santa Bárbara, Rio Acima, Raposos e Itabirito.
Em  outubro de 2009 o projeto Manuelzão/UFMG  e mais 25 entidades enviaram oficio aoInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)  solicitando estudos para criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela. Em setembro de 2010 o ICMBio lança oficialmente a proposta de Criação do Parque englobando parte dos municípios de Ouro Preto e Itabirito, além dos citados acima. 
A proposta original elaborada pelo ICMBio em 2010 engloba uma grande parte dos mananciais de água da RMBH (Região Metropolitana de Belo Horizonte), protegendo a maior área de cangas ferruginosas da região central de MG, um geossistema que ainda não é protegido em unidades de conservação de proteção integral federais, responsável pela recarga dos principais aquíferos da região e que é seriamente ameaçado e reduzido ano a ano pela exploração de minério de ferro. Além disso, a região guarda ainda a segunda maior área contínua de Mata Atlântica de Minas Gerais, em sua maioria em excelente estado de conservação e incluindo pontos de mata primária.

A Serra do Gandarela forma um corredor natural com o Caraça, o Gandarela é a última área ainda bem preservada de toda a região – com significativa extensão de Mata Atlântica e Campos Rupestres sobre Cangas.

Estes mananciais de água localizado dentro do Quadrilátero Aquifero/Ferrífero vem sendo seriamente degradada, principalmente pelas atividades de mineração.

Para assegurar sua preservação, um grupo de 26 entidades e movimentos sociais propôs a criação do Parque Nacional do Gandarela. A proposta foi criada  no final de 2010 pelo  Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e dependerá muito de nosso apoio e adesão para ser efetivada.

Saiba por que a Serra do Gandarela precisa ser protegida:
Águas A serra do Gandarela é um grande reservatório natural de águas, que serve às bacias do rio das Velhas e São Francisco e do rio Piracicaba e Doce.

É o mais importante manancial a abastecer o Rio das Velhas, acima da captação de água da Copasa em Bela Fama, sistema que fornece mais de 60% da água consumida por Belo Horizonte e 45% da água que abastece a Região Metropolitana. As águas desta serra servem também aos municípios de Caeté, Barão de Cocais e Santa Bárbara e outros mais populosos como João Monlevade e Ipatinga.

 
É uma água de alta qualidade, que dispensa o tratamento prévio (água de Classe Especial) ou passa apenas por simples desinfecção (água de Classe I), o que pode garantir à população que a consome um preço mais barato por seu uso. As cangas ferruginosas são uma couraça, ou capa geológica, normalmente situadas sobre as jazidas de ferro. 
 Milhões de anos de chuvas sobre as cangas, ocasionaram sua erosão, formando fissuras, dutos, canais e cavernas, compondo um sistema natural de drenagem e filtragem da água, antes que se acumule nas jazidas de ferro. Por estarem associadas às jazidas de minério de ferro, as cangas estão criticamente ameaçadas.

A Serra do Gandarela abriga 40% das cangas ainda preservadas. Trata-se da maior área de cangas preservadas de Minas Gerais. No ambiente da canga, habitam espécies vegetais e animais raras, algumas das quais endêmicas, isto é, só encontradas nas cangas, ou em determinada porção territorial delas – um trecho de uma serra, por exemplo. Algumas dessas espécies são verdadeiros fósseis vivos, de centenas de milhões de anos. Cavernas
Na Serra do Gandarela são encontradas raras cavernas de canga que abrigam espécies únicas, algumas das quais sequer identificadas pela ciência.

Muitas destas espécies animais têm características especiais por sua evolução em ambientes com ausência de luz. Em algumas cavernas há vestígios de sítios arqueológicos. Mais de 100 cavernas já foram registradas, sendo algumas delas caracterizadas como de máxima relevância para preservação.
População local e Sustentabilidade As comunidades mais próximas do Gandarela apresentam uma cultura rica de tradições, inclusive de alternativas de geração de renda que até hoje garantiram a proteção ambiental da região.
 A criação do Parque Nacional vem potencializar a vocação turística dos municípios ao redor da Serra do Gandarela, todos eles oriundos do Ciclo do Ouro, e portadores de rico patrimônio histórico e cultural.

Clique aqui para baixar a dissertação de mestrado do Flávio Fonseca do Carmo sobre a Importância Ambiental e Estado de Conservação dos Ecossistemas de Cangas no Quadrilátero Ferrífero e Proposta de Áreas-Alvo para a Investigação e Proteção da Biodiversidade em Minas Gerais


Fonte:http://www.aguasdogandarela.org/page/a-serra



Rio Acima tomba a Serra do Gandarela e barra projeto Apolo



serra gandarela
A área prevista pela Vale para mineração abrange cinco municípios
O primeiro semestre de 2014 já esteve na agenda da Vale como a data de início de produção do projeto Apolo, orçado em R$ 4 bilhões, para uma mina com capacidade de 24 milhões de toneladas de minério de ferro ao ano, em uma área que abrange cinco municípios mineiros. No entanto, além de persistir a indefinição sobre a criação ou não do Parque Nacional da Serra do Gandarela, em análise pelo governo federal, este mês a prefeitura de Rio Acima revogou a Carta de Conformidade – uma anuência obrigatória para que o empreendimento seja licenciado.
O documento havia sido emitido em 2009 e atestava que o projeto se enquadrava na legislação municipal. Uma audiência pública para tratar do projeto chegou a ocorrer no município. Além de Rio Acima, Santa Bárbara, Caeté, Raposos e Nova Lima também estão ma área de abrangência do projeto. “A área responsável pelo patrimônio histórico do município deve finalizar em 30 dias o processo de tombamento definitivo da parte da Serra do Gandarela dentro de Rio Acima. Com o tombamento, não cabe mais atividade mineradora nessa área”, afirmou o prefeito de Rio Acima, Antônio César Pires de Miranda Júnior (PR).
Ele descartou a possibilidade de a cidade deixar de arrecadar mais ou gerar mais empregos com o projeto da Vale. “No caso de Rio Acima, o projeto previa apenas a parte ruim, como as barragens de rejeito. Não haveria aumento de arrecadação ou de empregos. Estamos defendendo o que é melhor para o município, que são as nascentes de rios que abastecem a cidade”, disse.
Em nota, a Vale informou que ainda não foi notificada oficialmente. “A Vale não recebeu nenhum comunicado oficial sobre o assunto, nem por parte da prefeitura municipal, nem dos órgãos ambientais competentes. Sobre Apolo, o projeto continua aguardando licenciamento ambiental”, diz a nota.
Situada entre as serras do Caraça e da Piedade, a Serra do Gandarela faz parte da Serra do Espinhaço, declarada reserva da Biosfera pela Unesco. O Gandarela também está inserido no Quadrilátero Ferrífero, onde estima-se que existam reservas de 5 bilhões de metros cúbicos de água, sendo 4 bilhões associados às formações ferríferas. Somente a Serra do Gandarela é responsável pelo abastecimento hídrico de 40% da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Parque
A criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela é outro obstáculo à implantação do projeto Apolo. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e representantes de mineradores com atuação no Gandarela fecharam um acordo que permitia a criação do Parque e a manutenção das atividades minerárias já existentes ou em licenciamento. 
Apenas a Vale não aceitou o acordo por entender que precisaria de uma área mais extensa que a prevista na proposta. O licenciamento ambiental do projeto Apolo ficará paralisado enquanto não houver definição sobre o parque, segundo a Semad. 
Vale defende necessidade de expansões futuras
A proposta que o ICMBio fechou com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e outras instituições, após várias reuniões, era a de uma área 34,3 mil hectares para o Parque Nacional da Serra do Gandarela. Inicialmente seriam mais de 38 mil hectares. Para o projeto Apolo foram destinados 1,7 mil hectares, o que para a Vale inviabiliza o investimento.
A área seria o suficiente para implantar o projeto, mas a Vale exige 5,3 mil hectares, alegando a necessidade de áreas para futuras expansões. Um relatório final foi enviado ao Ministério de Meio Ambiente sem um acordo consensual. A criação do Parque depende de um decreto presidencial.

Fonte:http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/rio-acima-tomba-a-serra-do-gandarela-e-barra-projeto-apolo-1.221644


Ato simbólico pede a preservação da Serra da Gandarela


PUBLICADO . EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

Gustavo Pinheiro
Integrantes do Projeto Manuelzão e do Movimento de Preservação da Serra da Gandarela realizaram sábado um ato simbólico de abraço em defesa da Serra da Gandarela, localizada entre Barão, Caeté, Santa Bárbara, Rio Acima, Raposos e Itabirito. O objetivo foi o de sensibilizar a população para a importância de se proteger o último reduto ambiental da área do quadrilátero ferrífero. A ação reuniu estudantes, pesquisadores e defensores da preservação de várias regiões da Grande BH.
A Serra da Gandarela é o último reduto ambiental da região metropolitana de Belo Horizonte e da APA Sul. Nela são encontradas biomas como Mata Atlântica, Cerrado e ainda a vegetação de canga. A serra é ainda um grande reservatório natural de águas, possuindo água de alta qualidade, que dispensa o tratamento prévio. A região é rica em cachoeiras, lagos, sítios históricos e paleoambientais. A Serra mantém a maior área de cangas preservadas de Minas Gerais. Nesse ambiente, habitam espécies vegetais e animais raros. Mais de 100 cavernas já foram registradas, sendo algumas delas caracterizadas como de máxima relevância para preservação.
Não apenas membros de movimentos ambientais estão engajados na preservação da Serra da Gandarela, mas muitas outras pessoas foram conquistadas pelas características fantásticas da região. “Temos aqui um patrimônio que está acima do deus mercado. São espaços e bens assim que mostram o verdadeiro valor de um povo. Um espaço e uma paisagem que articula sítios históricos, que preserva a natureza peculiar a uma região pouco conhecida e que, infelizmente, ficou cercada de lugares importantes desfigurados. De outro modo, e para sermos mais pontuais com a nossa sobrevivência, é nela que nascem alguns dos cursos de água mais importantes para o abastecimento público de várias cidades e da região metropolitana”, avalia o jornalista Gustavo Tostes Gazzinelli, um dos líderes do movimento que pede a criação do Parque Nacional das Águas do Gandarela.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão federal responsável pela criação de unidades de conservação, recebeu a proposta de criação naquela região do Parque Nacional Águas do Gandarela e já sinalizou que a região tem os atributos indispensáveis para sua criação.
ENTREVISTA COM JORNALISTA GUSTAVO TOSTES GAZZINELLI
OPN: A Serra da Gandarela é o último reduto ambiental da região metropolitana de Belo Horizonte e da APA Sul. É rica em cachoeiras, sítios históricos, paleoambientais e hídricos. Como você avalia a potencialidade desta região?
Estivemos lá neste sábado, no Viva Gandarela. Fiquei ainda mais perplexo com o potencial ambiental deste lugar. É como se fosse uma ilha de preservação, biodiversidade e água, a poucos quilômetros de uma região metropolitana que em poucos anos terá dez milhões de habitantes. Integrada ao Caraça, a Serra do Gandarela será possivelmente a reserva natural mais importante de toda a região Leste do Brasil. Ninguém imagina o quanto isso poderá agregar ao potencial econômico e à qualidade de vida de nossa região, sem falar da autoestima dos seus habitantes, habituados a só acharem belo o que está fora, ou a conviver com as crateras minerárias que se vão multiplicando a torto e a direito. Precisamos de motivos como este para nos orgulharmos.
OPN: Qual a importância de se manter preservada a Serra?
Primeiro, termos um lugar em que possamos dizer: aqui a ganância não adentrou. Temos aqui um patrimônio que está acima do deus mercado. São espaços e bens assim que mostram o verdadeiro valor de um povo. Um espaço e uma paisagem que articula sítios históricos, que preserva a natureza peculiar a uma região pouco conhecida e que, infelizmente, ficou cercada de lugares importantes desfigurados. De outro modo, e para sermos mais pontuais com a nossa sobrevivência, é nela que nascem alguns dos cursos de água mais importantes para o abastecimento público de várias cidades e da região metropolitana. E são águas que em boa parte poderiam ser engarrafadas e vendidas para consumo humano, tal a sua qualidade. É uma pena que nossas lideranças e autoridades públicas fiquem sentadas aguardando a primeira oferta para destruição desse manancial e oásis, para trazer resultados econômicos de curto prazo e destruir a galinha dos ovos de ouro para sempre. Afinal qual o investimento efetivo que estas autoridades têm feito para potencializar o uso turístico e a criação de royalties da produção de água que verte da Serra do Gandarela? Creio que nada! Se habituaram à cultura perversa do extrativismo irreversível. Não semeiam, não plantam e não colhem valores. Não cultivam esperanças, não constroem perspectivas duradouras. Se habituaram ao paternalismo de uma grande empresa, como se não tivessem nada a desenvolver. É triste, é patético.
OPN:A criação do parque nacional garantirá a preservação da área?
Certamente, a criação do Parque Nacional, o primeiro e mais importante no bioma Mata Atlântica, associado a campos rupestres sobre cangas ferruginosas e quartzíticas - a cara da nossa região -, será um importante fator para preservar a área, mas as garantias também dependerão da construção de uma ordem moral mais sólida, menos volátil, de políticos e de uma sociedade que não se vendam, que não aceitem projetos de curto prazo que serão a danação das gerações futuras - e da volta do transporte ferroviário para esta região, disciplinando e dando valor ao uso e à sua fruição territorial. Além do Caraça e da Serra da Piedade, há potencial para novos centros de espiritualidade em lugares como a Serra do Gandarela, e para a estruturação de um centro de pesquisa internacional, do qual possam fluir pólos de alta tecnologia nos municípios que se beneficiarão deste santuário natural. Só não vê quem não quer e não se informa. Tenho a sensação às vezes que estarmos regredindo, quando poderíamos ser modelo de uma nova perspectiva de desenvolvimento..
OPN: Como está o processo de criação do parque nacional? O movimento ambiental está confiante de que o parque será criado?
A Serra do Gandarela é tão importante, que dezenas de movimentos e entidades já se somaram ao projeto de sua preservação. Durante as audiências públicas para debater a mina que a Vale quer ali colocar, temos recebido grande apoio. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão federal responsável pela criação de unidades de conservação, recebeu a proposta e já sinalizou que a região tem os atributos indispensáveis para a criação de um parque nacional. Sabemos que há um processo administrativo instaurado, que a proposta está avançada, tendo já ocorrido vistorias técnicas na maior parte da área e que o parque terá grande apoio popular. Parece que as pessoas já conhecem as marcas e a paisagem que a mineração deixa, por onde vai passando. Então percebemos que a criação do parque nacional será vitoriosa - porque a defesa da água e o acúmulo de impactos de várias minas em operação, a maioria das quais pertencentes à Vale, sinaliza que devemos ter salvaguardas, preservar o pouco mas ainda muito significativo que nos restou, e este é o caso único da Serra do Gandarela, que, em conexão com o Caraça, é o território mais significativo ainda preservado da região central de Minas Gerais. A força do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela só tem aumentado. Temos ouvido de técnicos do governo estadual que a condição ecológica da Serra do Gandarela não encontra precedentes em nossa região. Deixá-la acabar seria um crime jamais esquecido e, graças a Deus, muitos querem preservar sua honra e memória.
OPN: Qual a representação do evento que aconteceu no último sábado?
O 1º Viva Gandarela surpreendeu-nos pela participação e pela presença de comunidades e representantes de vários municípios relacionados à defesa da Serra do Gandarela, como Caeté, Santa Bárbara, Raposos e Rio Acima, além da presença de entidades e pessoas de Belo Horizonte e de Minas Gerais, como o Projeto Manuelzão e o Sindágua. A visita serviu para confirmar a importância e a complexidade de ambientes que compõem a Serra do Gandarelar - isto ficou registrado nos olhos dos que lá estiveram. Por outro lado, percebemos que a composição do movimento vai se adensando, e que ultrapassa a centralidade inicial do processo de mobilização. Somos muitos agora.
Fonte: http://www.opiniaocaete.com.br/
Publicado por MACACA - Movimento Artistico, Cultural e Ambental de Caeté




Mata Atlântica

Salvem a Serra do Gandarela!
A Criação do Parque Nacional da Serra do Gandarela se torna mais necessária contra o desmatamento ilegal.

Dentro da área proposta do parque se encontra cerca de 20 mil hectares uma das poucas e mais densas áreas bem preservadas de MATA ATLÂNTICA de Minas Gerais.

Na Serra do Gandarela esta a maior floresta de Mata Atlântica mais próxima da Capital Belo Horizonte cerca de 40km, segunda maior floresta de Minas Gerais.

A maior floresta de Mata Atlântica de MG já esta protegida desde 1944, pelo parque Estadual do Rio Doce há 248 km de BH.

Atualmente, Minas tem apenas 2% da área original de Mata Atlântica. O Brasil perdeu, entre 2010 e 2011, 13,3 mil hectares (133 km2) de Mata Atlântica.

http://www.band.com.br/noticias/brasil/noticia/?id=100000506969

Movimento Gandarela é contra a instalação da Mina de Ferro APOLO da Vale S/A que pode gerar imensos e irrecuperáveis danos as nascentes, fauna e bioma do Parque Gandarela - além de reduzir pela metade as valiosas gangas tipo de solo em extinção no Brasil Pelas Florestas - devido a atividade Mineradora - a extração de minério de ferro já extinguiu 85% das gangas do Brasil.
MATA ATLÂNTICA
Conheça um pouco da história desta que é a maior reserva ambiental do planeta.

A história da Mata Atlântica tem seu início há 50 milhões de anos, quando o continente sul-americano já era uma massa terra de isolada e suas formas de vida passaram a evoluir localmente, sem transtornos geológicos adicionais.

Ao longo desse tempo, no período Quaternário, a floresta passou por períodos de fragmentações e expansões, em decorrências das inúmeras eras Glaciais que ocorreram durante esse período. Nos períodos em que o planeta se encontrava com temperaturas mais baixas, os refúgios eram centros em que a biodiversidade florestal evoluía de forma isolada.

Essa hipótese pode explicar a enorme diversidade desse bioma, tal como seu alto grau de endemismo.

É notável que exatamente o sul da Bahia, norte do Espírito Santo e litoral de Pernambuco são centros de endemismo na Mata Atlântica e os registros de pólen demonstram que tais regiões eram refúgios no final do Pleistoceno.

Concomitante a relativa estabilidade no nordeste brasileiro, havia uma instabilidade climática à sudeste, embora isso parece não ter evitado endemismo de alguns táxons de anfíbios amplamente distribuídos.

Essa instabilidade climática no sudeste e sul do Brasil tinha como consequência o surgimento de outras fitofisionomias que não eram florestadas: estudos paleoclimáticos utilizando pólen demonstram que o sudeste e sul passaram por inúmero momentos em que as florestas eram substituídas por formações abertas, como pradarias.

Mais especificamente, a Mata de Araucária, chegou a ocorrer até a latitudes em torno de 19º (muito ao norte do que ocorre atualmente) durante as glaciações, sendo substituída pela floresta estacional semidecidual há cerca de 10.000 anos, quando o clima voltou a ficar mais quente.

A primeira leva de colonizadores humanos na região da Mata Atlântica data de aproximadamente 8-10 mil anos atrás, como evidenciado por achados arqueológicos em Lagoa Santa, Minas Gerais.

Esses colonizadores já impactaram o ambiente com atividades agricultoras itinerantes (atividades agrícolas em sistemas agroflorestais, baseado em queimada e derrubada, principalmente do sub-bosque) após sua chegada, principalmente em regiões em que as queimadas para o cultivo eram mais frequentes, ocorrendo savanização.
Existe a hipótese de que os pampas surgiram decorrente das intensas queimadas provocadas por povos indígenas, já que vestígios mostram que a região era florestada há cerca de 5 mil anos.

É provável que toda a mata da baixada litorânea tivesse sido, pelo menos uma vez, modificada para o cultivo pelos tupis. É interessante que uma das fitofisionomias mais conhecidas, a Mata de Araucária atual, pode ter surgido decorrente do manejo feito por agricultores itinerantes da Araucaria angustifolia. 
Fonte:
SOS Mata Atlântica

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