PAPA FRANCISCO VAI DISCURSAR NA COP28, A PRIMEIRA COM A PARTICIPAÇÃO DE UM PONTÍFICE E PUBLICA NOVO TEXTO SOBRE O CLIMA, ÀS VÉSPERAS DE RODADA DE NEGOCIAÇÕES NA ONU
Papa Francisco deve discursar na COP28, a primeira com a participação de um Pontífice
Líder católico busca ser 'ponto de inflexão' e conduzir países à direção correta, diz analista
Por AFP — Cidade do Vaticano
27/11/2023 14h59 Atualizado há 2 meses
Depois de buscar referências na ciência para embasar sermões sobre a mudança climática, o Papa Francisco espera que sua histórica presença na conferência da ONU sobre o clima, a COP28, ajude a inclinar a balança nas negociações cruciais. O Pontífice, de 86 anos, que tornou a defesa do meio ambiente um dos pilares de seu papado, deve fazer um discurso no evento no próximo sábado, que ocorre em Dubai.
Esta será a primeira vez que um Papa assiste a uma cúpula da COP desde sua criação em 1995. Espera-se que Francisco denuncie a omissão dos países envolvidos e que incite os representantes participantes a reduzirem drasticamente as emissões de gases de efeito estufa.
Em um momento no qual alguns países aumentam, em vez de reduzir, a produção de energias fósseis, "o Papa se destaca como uma presença quase divina entre hordas de pecadores", diz à AFP o professor Sverker Sorlin, especialista em governança ambiental no Real Instituto de Tecnologia de Estocolmo.
— O Papa pode não mudar as mesas de reunião, mas pode ser um 'ponto de inflexão' que conduza os negociadores à direção correta — afirma Sorlin, cujos trabalhos têm sido citados por Francisco.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/noticia/2023/11/27/papa-francisco-deve-discursar-na-cop-28-a-primeira-com-a-participacao-de-um-pontifice.ghtml
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Papa Francisco publica novo texto sobre o clima às vésperas de rodada de negociações na ONU
Documento original, de 2015, gerou debate sem precedentes para um texto religioso e contribuiu para avançar nas negociações climáticas em Paris; atualização, porém, não deve ter o mesmo peso
Por
Alice Ritchie
Em AFP — Cidade do Vaticano, Santa Sé
03/10/2023 12h24 Atualizado há 4 meses
Oito anos depois de advertir sobre a devastação da mudança climática provocada pelo homem, o Papa Francisco publicará, na quarta-feira, a atualização do texto, com um balanço e sugestões de ações. O breve seguimento da encíclica "Laudato Si" (Louvado Seja) de 2015 chega pouco antes do início de uma nova rodada de negociações climáticas da ONU, previstas para Dubai, em um contexto de advertências de que o mundo está longe de alcançar as metas de redução de emissões de carbono.
O novo texto, "Laudate Deum" (Louvado seja Deus), será "um olhar sobre o que aconteceu e dirá o que deve ser feito", disse Francisco, de 86 anos, que abre na quarta-feira, no Vaticano, um sínodo para pensar sobre o futuro da Igreja Católica.
O documento original, de cerca de 200 páginas, foi dirigido a todos os habitantes do planeta com um chamado à ação global solidária para proteger "nosso lar comum". Fundamentada na pesquisa climática, a "Laudato Si" afirma, claramente, que a humanidade é responsável pelo aquecimento global e adverte que o ritmo acelerado de mudança e degradação levou o mundo a um "ponto de ruptura".
Ao mesmo tempo, contém uma forte mensagem moral, por meio da qual Francisco culpa o consumismo, o individualismo e a busca do crescimento econômico por "espremer o planeta até secar". O Pontífice também defende que os países ricos devem aceitar que são os maiores responsáveis pela crise climática e precisam ajudar os países mais pobres.
O documento gerou um debate sem precedentes para um texto religioso, com comentários em publicações científicas. Meses depois, houve um avanço nas negociações climáticas em Paris. Quase todos os países se comprometeram a limitar o aquecimento a menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais. Segundo especialistas, o Vaticano teve um papel significativo nos bastidores.
Em setembro, porém, a ONU alertou que o mundo está longe de atingir essas metas.
Declínio da autoridade moral
O novo texto será mais curto do que a tese de 2015, e seu formato, uma exortação apostólica, em vez de uma encíclica, tem menos peso na teologia católica. O professor Ottmar Edenhofer, chefe do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático e assessor da "Laudato Si", considera difícil que o novo documento tenha a mesma influência.
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