'FERVURA GLOBAL': VEJA O 'MAPA DO CALOR EXTREMO' E SAIBA QUAIS CIDADES DO MUNDO SERÃO AS MAIS QUENTES ATÉ 2050

  Centro e orla de Belém (PA), cidade sede da Cúpula da Amazônia

'Fervura global': Veja o 'mapa do calor extremo' e saiba quais cidades do mundo serão as mais quentes até 2050

Estudo de ONG aponta que mais da metade dos habitantes do planeta estarão expostos a pelo menos um mês de calor extremo no futuro

Por O Globo — Rio de Janeiro

19/09/2023 04h01  Atualizado há 4 meses

Uma onda de calor vai atingir o Brasil nas próximas duas semanas. Segundo a MetSul, as cinco regiões do Brasil serão atingidas pelo fenômeno, que pode até quebrar recordes em alguns lugares. A era da "fervura global" coloca a saúde humana em risco, em especial nos locais menos preparados para lidar com as mudanças climáticas. Um estudo realizado pela ONG CarbonPlan em parceria com o jornal "Washington Post" aponta que, até 2050, mais de cinco bilhões de pessoas — isto é, mais da metade da população global, segundo projeções — estarão expostas a pelo menos um mês de calor extremo.


Segundo o levantamento, Belém será a segunda cidade com mais dias de calor extremo durante o ano: 222. A capital do Pará terá o aumento mais acentuado entre as grandes cidades do mundo e, em dados absolutos, só perde para Pekanbaru, na Indonésia, cujos habitantes precisarão enfrentar 344 dias de perigosas altas temperaturas.


Veja o ranking abaixo.

  • Pekanbaru, Indonésia - 344 dias de calor extremo, ao ano
  • Belém, Brasil - 222 dias de calor extremo
  • Dubai, Emirados Árabes Unidos - 189 dias
  • Calcutá, Índia - 188 dias
  • Nimule, Sudão do Sul - 159 dias
  • Phoenix, Arizona - 102 dias
  • Freetown, Serra Leoa - 92 dias

Um mapa divulgado no site da ONG mostra, em pontos amarelos, as regiões que mais vão sofrer com dias de calor extremo — entre elas, áreas da região Norte do Brasil.

Projeção de dias de calor extremo (mais de 32ºC) por ano no período 2040-2059 — Foto: Site CarbonPlan
Projeção de dias de calor extremo (mais de 32ºC) por ano no período 2040-2059 — Foto: Site CarbonPlan

O estudo leva em conta um cálculo aproximado da "temperatura de globo de bulbo úmido". Segundo o "Washington Post", trata-se de uma métrica que combina temperatura, umidade, luz solar e vento e, por isso, é considerada o "padrão ouro" para se aferir como o calor pode prejudicar o corpo humano.

Um calor extremamente arriscado, segundo o estudo, é aquele que ultrapassa a marca de 32ºC — marca em que até mesmo os adultos saudáveis que estão acostumados a praticar esportes ao ar livre por mais de 15 minutos podem sofrer com o calor. O jornal americano alerta, inclusive, que "muitas mortes ocorreram em níveis muito mais baixos".

Para os cientistas que conduziram o estudo, está em curso uma "nova epidemia de calor extremo", o que representa "uma das ameaças mais graves para a humanidade". Os pesquisadores ponderam que os efeitos da crise climática leva mais perigo aos países pobres, em regiões já quentes, como o Sul da Ásia e a África subsaariana, onde as pessoas têm, em geral, mais obstáculos no acesso à saúde e a sistemas de refrigeração.

— Os recursos parecem muito diferentes — disse Tamma Carleton, professora de economia ambiental na Universidade da Califórnia, em entrevista ao "Washington Post". — A história do calor é a desigualdade.


Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/clima-e-ciencia/noticia/2023/09/19/fervura-global-veja-o-mapa-do-calor-extremo-e-saiba-quais-cidades-do-mundo-serao-as-mais-quentes-ate-2050.ghtml

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