Conheça a árvore rainha da Amazônia, a gigantesca sagrada, Sumaúma
Se você for caminhar ou passear de barco em uma viagem pela Floresta Amazônica, provavelmente, vai ter a chance de ver uma das maravilhosas Samaúmas (ou Sumaúmas) por lá.
Podendo chegar até a 70 metros de altura e a 120 anos de vida, a Samaúma (Ceiba Pentranda) é encontrada em florestas pluviais da América Central, da África ocidental, do sudeste asiático e da América do Sul. No Brasil, ela é bastante vista na região da Amazônia.
Considerada sagrada para os antigos povos Maia e para muitos povos indígenas do Brasil, sua copa se projeta acima de todas as demais árvores servindo de abrigo e proteção para outras espécies de flora e para inúmeros pássaros e insetos.
Já suas raízes (as Sapopemas) são capazes de absorver água das profundezas do solo amazônico, hidratando não apenas ela, mas outras árvores de espécies diferentes. Em períodos específicos, quando as raízes atingem um determinado nível de umidade, a árvore solta esse excesso e irriga todo o seu entorno.
Essas características lhe renderam o apelidos de Rainha da Floresta, Árvore Mãe, Árvore da Vida e muitos outros.
AS SAPOPEMAS
Na base de imenso tronco das Samaúmas estão as sapopemas, suas gigantescas raízes que dão base para a árvore e chegam a ficar até 10 metros para fora do chão (foto acima).
Sapopema, ou sapobemba, é uma palavra originada do tupi sau’pema, que significa raiz chata. Ela designa um tipo de raiz grande que se desenvolve junto com o tronco de várias árvores da floresta pluvial.
O SOM DE SUAS RAÍZES
Em outros tempos, a Samaúma foi considerada o “telefone da floresta”. Golpeadas suas enormes sapopemas, o som ecoa por longas distâncias, por isso ela era um meio de comunicação para os povos da floresta, com mensagens elaboradas através de uma espécie de código morse.
Segundo algumas lendas amazônicas, o Curupira, entidade protetora da floresta, bate um casco de jabuti com força nas sapopemas da sumaúma para checar se elas estão suficientemente fortes para resistir às tempestades e para avisar a entrada de possíveis invasores.
Tanto a seiva da Samaúma como seus frutos são usadas para diversos fins que vão desde os medicinais, até os alimentícios ou para utensílios de uso do dia-a-dia.
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Fonte:https://www.ambiental.tur.br/ambiental-cultural/samauma-a-arvore-rainha-da-floresta-amazonica-sagrada-para-os-povos-antigos
Sumaúma: A gigante do Tapajós, conheça “Vovozona”, a árvore com mais de 1000 anos
Sagrada para os povos tradicionais da floresta, pode viver mais de 120 anos e ainda proporciona benefícios medicinais
A árvore pertence à família das bombacáceas, encontrada em florestas pluviais da América Central, da África ocidental, do sudeste asiático e da América do Sul. No Brasil, sua presença está na Amazônia, onde há também uma ilha denominada Sumaúma, no rio Tapajós. Nas várzeas ela cresce muito rápido, mas tem porte menor em terra firme.
As raízes são chamadas de sapopemas (palavra do tupi que significa raiz chata). De madeira clara, leve e macia quando jovem, e acastanhada ou cinza na maturidade. Os frutos são cápsulas amareladas de 5 a 7 centímetros de diâmetro, por 8 a 16 cm de comprimento e cada uma pode conter de 120 a 175 sementes, envoltas em uma página leve, branca e sedosa.
Devido a isso, usadas como alternativa para o algodão e são comumente usadas para encher almofadas, isolamentos e até colchões, é conhecida também por algodoeiro.
Na Amazônia, as sumaúmas sempre guiaram os barqueiros: elas servem de pontos de referência e de localização para a navegação dos rios amazônicos, principal meio de locomoção e comunicação na região.
Estima-se que a sumaúma mais velha da Amazônia tenha 1100 anos, Conhecida carinhosamente por Vovozona, está enraizada na Floresta Nacional do Tapajós próximo a comunidade Maguari, no município de Belterra - PA.
O Tapajós de Fato conversou com Jéssica Anastácia Medeiros dos Reis, Indígena Amazônida, e Idealizadora do Projeto Semente Amazônida, Engenheira Florestal e Mestra em Ciências Florestais, pela Universidade Federal Rural da Amazônia.
Jessica começa dizendo “samaúmas, ancestrais que seguram o céu são árvores enormes que ocorrem em florestas tropicais e podem chegar até 90 metros de altura e 6 m de diâmetro, vivendo até um milênio, são as vovós da floresta Amazônica”.
As árvores são características de áreas úmidas como as várzeas, e costumam florescer entre agosto e setembro, frutificando entre outubro e novembro, tendo como principal forma de dispersão de sementes do vento.
Sua importância ecológica ocorre principalmente por sua função de doadora de água, durante o período de chuva a espécie pode armazenar água em suas raízes sapopemas, e utilizá-las no período de estiagem para si e para outras árvores que habitam próximo a ela, além disso suas raízes podem alcançar até 300 m de profundidade, garantindo o acesso a água mesmo na estiagem.
Jessica disse ainda que “ A interação com outros seres também mostra sua importância, afinal uma árvore nunca é apenas uma árvore, a sumaúma é também parada obrigatória de morcegos, marsupiais, macacos noturnos, mariposas, abelhas, vespas e beija-flores, que em troca do abrigo executam a polinização da espécie”.
A engenharia florestal continuou ainda “Para diversos povos indígenas é um árvore sagrada, para os Maias, são elas que seguram o céu, é também a protetora e morada da Kurupira, espírito sagrado que protege
as florestas, além de servir como meio de comunicação a partir de suas raízes para quem assim conhece a ciência do “telefone de índio”.
Risco de extinção
Para o Tapajós de Fato Jessica relata a importância das samaúmas e como a espécie corre o risco de extinção “ Todas as espécies amazônicas vivem em intenso risco de extinção, graças aos modelos de desenvolvimento predatório que continuam sendo impostos ao território, com a sumaúma não é diferente, sendo uma das espécies mais utilizadas para confecção de laminados e compensados, porém estudiosos já conseguiram plantios experimentais que podem ser o sucesso futuro, mantendo assim as árvores nativas em pé e garantindo as matérias-primas que as majestosas produzem”.
Uso medicinal
Da seiva da sumaúma é produzido medicamento para o tratamento da conjuntivite. A casca tem propriedades diuréticas e é ingerido na forma de chá, indicado para o tratamento de hidropisia do abdômen e malária. Certas substâncias químicas extraídas da casca das raízes combatem algumas bactérias e fungos. Em margens de riachos secos, as raízes descobertas da sumaúma fornecem água potável no verão.
Sumaúma Vovó é "celebridade" da Amazônia
O ECO Amazônia -
www.oecoamazonia.com/br - 20/08/2010
Maguari (Tapajós) -
Eram nove horas da manhã quando Seu Walter nos aguardava nas margens do igarapé
de águas transparentes da vila ribeirinha de Maguari. "Todo dia, eu ou um
dos outros dois rapazes que trabalham de guia levamos turista para visitar essa
árvore, batizada de Vovó. E é gente do mundo todo", veio logo contando o
simpático e comunicativo, Seu Walter.
A Sumaúma, também chamada de Samaúma ou Sumaumeira, é uma árvore muito
especial, sobretudo, pelo fato de ser considerada a maior de toda a região amazônica.
Há lendas e muitas histórias sobre essa gigante por vários cantos do Brasil. No
entanto, o apelido e a fama dessa específica Sumaúma de Maguari se devem a sua
idade, estimada entre 900 e mil anos. Uma verdadeira anciã da floresta.
Maguari fica dentro da Floresta Nacional do Tapajós, FLONA no jargão ambiental,
e é uma unidade de conservação federal de aproximadamente 600 mil hectares.
Criada em plenos anos de chumbo pelo General Médici, foi a primeira floresta
nacional da Amazônia e como tal, a pioneira em enfrentar o desafio de unir
conservação ambiental com a presença de atividades econômicas de comunidades
tradicionais que lá habitavam.
Para chegar até a vila saindo de Santarém, é preciso rodar cerca de 60
quilômetros entre asfalto e chão de terra esburacado, dirigindo pela PA- 457 em
direção à Alter do Chão e depois pela BR-163. A polêmica rodovia federal que
liga Santarém a Cuiabá (MT) faz limite com a FLONA e trouxe desmatamento ilegal
e especulação fundiária à região. Muitas fazendas de soja se alastraram por lá,
como verificamos no caminho, e expulsaram antigos moradores. Atraídos pelo
dinheiro, muitos acabam vendendo suas terras e migrando para centros urbanos,
como Santarém, onde descobrem que os "Reais" não eram tantos assim. E
a dura realidade se revela em desemprego, moradias precárias e violência. Em
apenas cinco anos, segundo a Polícia Civil do Pará, a criminalidade aumentou em
135% em Santarém.
História feliz
Fugindo dessa trajetória, a comunidade de Maguari e sua árvore milenar têm uma
história bem mais feliz para narrar. Por estarem dentro da Floresta Nacional,
conseguiram se proteger da mordida do agronegócio e ao mesmo tempo se
beneficiar de projetos de organizações não governamentais e do governo. Assim,
tornaram-se uma comunidade ribeirinha modelo, visitada até pelo herdeiro do
trono britânico. O Príncipe Charles esteve lá em 2009, dançou Carimbó e ficou
tão maravilhado que resolveu doar dinheiro para a comunidade comprar painéis
fotovoltaicos para gerar energia solar.
Na vila há acesso à internet por meio de um telecentro comunitário do projeto
da ONG Saúde e Alegria. Com os computadores, a população fica antenada com o
que acontece no globo e produz notícias do mundo de lá em seu próprio blog
(http://maguari.redemocoronga.org.br/). A comunidade também está envolvida em
um projeto de fabricação de couro ecológico, produzido a partir da extração do
látex da seringueira, ainda bastante vasta na região devido ao que restou do
ciclo da borracha. São confeccionados sapatos, bolsas, chaveiros e outras peças
de artesanato, que são vendidos na lojinha local e também em iniciativas
voltadas para o apoio ao comércio justo.
Rumo à Vovó
A caminhada é feita como uma visita guiada a um museu. A cada momento parávamos
em frente a uma "obra-de-arte" e ouvíamos as explicações do guia, que
aprendeu a andar na floresta ainda menino pequeno com o pai. Copaíba, Jatobá,
Quina-Quina, cipó Apuí, palha Curuá, Breu Branco...é vasto o vocabulário da
biodiversidade no caminho até a Vovó. Uma profunda aula de ecologia. A floresta
de proporções imensas se agiganta sobre nós, encostando copa com copa no céu,
deixando a luz entrar de forma suave na vegetação.
Após cerca de quatro horas de caminhada, lá estávamos nós diante dela. Hora de
respirar e ficar alguns minutos em silêncio para observar com calma todos os
detalhes da Vovó. É impressionante o emaranhado de cipós, trepadeiras e todo
tipo de vida vegetal e animal que se abriga na anciã. Em volta dela, por magia
amazônica, centenas de borboletas azuis voavam aproveitando a clareira de sol
que se abria em baixo da Sumaúma. Como sua copa é rarefeita e muito alta, a uns
30 metros do chão, permite generosamente a entrada de luz. Conta-se, inclusive,
que por isso algumas tribos indígenas gostam de cultivar milho e feijão ao seu
redor.
A Sumaúma não é a maior árvore do mundo em comprimento, ficando bem abaixo das
gigantes sequóias norte-americanas, mas em largura certamente pode entrar na
disputa do título. Para abraçar a Vovó, por exemplo, é preciso reunir umas 20
pessoas de mãos dadas. Alguns exemplares ainda maiores do que ela chegam a
necessitar de 30, 40 pessoas. Esse tronco prodigioso como uma muralha da China
forma alas, chamadas de sapopemas, que se espalham horizontalmente parecendo
braços que se alongam pela terra. Nelas repercute-se um som alto, possível de
ser escutado a longas distâncias. Por isso, ela é chamada de
"comunicadora" pelos povos da floresta.
Seu Walter conta também que a Sumaúma é a morada do Curupira, eleito o protetor
das matas por vagar pela floresta confundindo e assombrando caçadores. Há
registro de que essa é a lenda mais antiga do Brasil e seu primeiro relato foi
feito em uma carta do Padre Anchieta datada de 1560. "Aqui há certos
demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no
mato", escreveu Anchieta à Corte Portuguesa.
Lendas e histórias que compõe uma espécie de mitologia etnobotânica sobre a
Sumaúma nos aguçam a imaginação e aumentam a admiração por essa gigante
amazônica. Mas, a Vovó do Tapajós foi além e ganhou a sua própria história como
símbolo de uma floresta ameaçada: é uma árvore milenar que dá trabalho e renda
para quem sabe viver na natureza sem destruí-la. Como nos versos de Olavo
Bilac, em sua poesia "Velhas Árvores":
"Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...
O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas. (...)"
Link vídeo:
http://www.4shared.com/video/xsnddzYl/5_sumauma_vov_1_mpeg2video.html
http://www.oecoamazonia.com/br/reportagens/brasil/57-sumauma-vovo-e-celebridade-da-amazonia
Amazônia:Biodiversidade
Unidades de Conservação relacionadas
Fonte: https://uc.socioambiental.org/pt-br/noticia/90657
'Você sabia?' Árvore sumaúma pode viver mais de 800
anos e chegar a 70 metros
G1 visitou o Museu da Amazônia, onde vivem cinco sumaúmas, e trouxe
peculiaridades sobre as propriedades da árvore.
Por Patrick Marques
e Luís Paulo Dutra, g1 AM
09/07/2022 14h47 Atualizado há 7 meses
A árvore sumaúma é considerada uma das mais importantes da Amazônia e chama a atenção de quem a vê. A espécie pode viver mais de 800 anos e chegar a até 70 metros de altura.
É uma das árvores mais comuns em áreas de várzea e pode ser encontrada entre os trópicos.
Além disso, a espécie também ajuda no funcionamento do ecossistema das árvores que vivem ao redor dela.
Fonte:https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/07/09/voce-sabia-arvore-sumauma-pode-viver-mais-de-800-anos-e-chegar-a-70-metros.ghtml
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